A ira do amor Divino

VERSO PARA MEMORIZAR:
"Contudo, Ele foi misericordioso; perdoou-lhes as maldades e não os destruíu. Vez após vez conteve a Sua ira, sem despertá-la totalmente" (Salmos 78:38).

Leituras da semana:
Salmos 78; Jonas 4:1-4; Mateus 10:8; 21:12, 13; Jeremias 51:24, 25; Romanos 12:17-21.
Embora a compaixão de Deus seja frequentemente celebrada, muitos acham a ideia de Sua ira perturbadora. Se Deus é amor, pensam eles, Ele nunca deveria expressar ira. No entanto, essa noção é falsa. Sua ira surge diretamente de Seu amor.

Alguns afirmam que o Deus do Antigo Testamento é um Deus de ira e que o Deus do Novo Testamento é um Deus de amor. Mas há apenas um Deus, e Ele se revela como o mesmo em ambos os Testamentos. O Deus que é amor se ira contra o mal mas precisamente porque Ele é amor. O próprio Jesus expressou profunda ira contra o mal, e o Novo Testamento ensina diversas vezes sobre a ira justa e apropriada de Deus.

A ira de Deus é sempre Sua resposta justa e amorosa contra o mal e a injustiça. A ira divina é uma indignação justa motivada pela bondade e amor perfeitos, e busca o florescimento de toda a criação. A ira de Deus é simplesmente a resposta apropriada do amor ao mal e à injustiça. Assim, o mal provoca Deus à paixão em favor das vítimas do mal e contra seus perpetradores. A ira divina, portanto, é outra expressão do amor divino.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 01 de Fevereiro.

“Você quer que Satanás Vença?”

Por Andrew McChesney



A missionária americana Joanne (Park) Kim trancou-se em seu apartamento após ser atacada por quatro estranhos embriagados na Mongólia. Ela estava machucada, assustada e chorando. Queria voltar para os Estados Unidos.

Dois dias depois, outro missionário veio visitá-la. Joanne pensou que ele tivesse vindo consolá-la, mas, em vez disso, ele a repreendeu. “Sério, Joanne, você veio até aqui para testemunhar para o seu armário?”, perguntou. “Você quer que Satanás vença?”

Era exatamente o que Joanne precisava ouvir. Se o missionário tivesse apenas a consolado, ela provavelmente teria ficado presa em sua dor, desistido e voltado para casa. Mas, naquele momento, ela refletiu sobre o motivo pelo qual tinha ido para a Mongólia.

Inicialmente, Joanne havia planejado ir para o Uzbequistão, então começou a aprender russo, incluindo o alfabeto cirílico. Quando o plano não deu certo, acabou na Mongólia, onde o alfabeto era o mesmo, mas ela não conseguia entender uma palavra. Durante os primeiros meses, tentou, sem sucesso, aprender mongol.

Sem dominar o idioma, Joanne enfrentava dificuldades para testemunhar. Ela não conseguia pedir ajuda ou se defender quando era atacada por homens embriagados quase toda semana. Para piorar, as pessoas presumiam que ela fosse mongol por causa de sua origem coreana e esperavam que ela falasse o idioma fluentemente.

Joanne ainda queria compartilhar o amor de Jesus na Mongólia, mas sentia que não tinha mais amor para oferecer após tantos ataques.

“Senhor”, orou ela, “se o Senhor realmente quer que eu permaneça aqui, por favor, me tire dessa bagunça. Proteja-me, me dê uma forma de lidar com essas situações ou afaste esses homens embriagados.”

Ela decidiu permanecer na Mongólia e esperar pela resposta de Deus.

Os ataques não pararam. Mas Deus deu a Joanne uma ferramenta para se defender. Em apenas três meses, ela aprendeu a falar mongol fluentemente. Foi um milagre. Joanne conseguiu dar estudos bíblicos em mongol, falar por si mesma e pedir ajuda quando fosse atacada.

No entanto, ela ainda não conseguia amar como Jesus. A dor dos ataques era profunda demais.

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Angustiado pelo mal

O Deus da Bíblia ama a justiça e odeia o mal. O pecado e o mal, portanto, O provocam à paixão, uma paixão expressa em favor daqueles oprimidos e abusados, e até mesmo em casos nos quais o mal afeta principalmente a própria pessoa. Deus odeia o mal porque o mal sempre prejudica Suas criaturas, mesmo que seja autoimposto. Nas narrativas bíblicas, Deus é repetidamente provocado à ira pelo que os estudiosos da Bíblia chamam de ciclo de rebelião. Esse ciclo ocorre da seguinte forma:

1. O povo se rebela contra Deus e pratica o mal, às vezes até atrocidades horríveis, como sacrifício infantil e outras abominações aos Seus olhos.

2. Deus se retira de acordo com as decisões do povo.

3. O povo é oprimido por nações estrangeiras.

4. O povo clama a Deus por livramento.

5. Deus, graciosamente, livra o povo.

6. O povo se rebela novamente contra Deus, muitas vezes de forma ainda mais grave do que antes.

Diante desse ciclo de mal e infidelidade flagrantes, no entanto, Deus responde repetidamente à infidelidade humana, mas com fidelidade incessante, longânima paciência, graça maravilhosa e profunda compaixão.

Leia Salmo 78. O que essa passagem revela sobre a resposta de Deus diante das frequentes rebeliões de Seu povo?

De acordo com a Bíblia, o amor e a justiça estão entrelaçados. A ira divina é a resposta adequada do amor contra o mal, porque o mal sempre prejudica alguém que Deus ama. Não há nenhum exemplo nas Escrituras onde Deus seja irado ou zangado de forma arbitrária ou injusta

E enquanto o povo de Deus repetidamente O abandonava e traía, ao longo dos séculos, Deus continuou pacientemente a conceder compaixão além de todas as expectativas razoáveis (Neemias 9:7-33), demonstrando assim a profundidade insondável de Sua paciência e compaixão longânima e de Seu amor misericordioso. De fato, de acordo com o Salmo 78:38, Deus, "sendo cheio de compaixão, perdoou a sua iniquidade e não os destruiu. Sim, muitas vezes Ele afastou Sua ira e não despertou toda a Sua cólera".

Você já ficou indignado com o mal feito a outros? Essa emoção o ajuda a entender a ira de Deus diante do mal?

Deus é tardio em irar-Se

Deus se ira contra o mal porque Deus é amor. Deus é tão compassivo e gracioso que um profeta bíblico até repreendeu Deus por ser misericordioso demais!

Reflita sobre a reação de Jonas ao perdão de Deus aos ninivitas. O que isso nos diz sobre

Jonas e sobre Deus? Jonas 4:1-4; Mateus 10:8

A reação de Jonas à misericórdia de Deus é reveladora de duas maneiras principais. Primeiro, ela mostra a dureza de coração de Jonas. Ele odiava tanto os assírios pelo que haviam feito a Israel que não queria que Deus lhes mostrasse misericórdia.

Que lição para nós! Devemos ter cuidado para não adotar essa mesma atitude, por mais compreensível que possa ser. De todas as pessoas, aqueles que receberam a graça de Deus deveriam reconhecer a graça imerecida e, assim, estar dispostos a estender graça aos outros.

Em segundo lugar, a reação de Jonas reforça o quão central a compaixão e a graça de Deus são para o Seu caráter. Tão familiarizado com a misericórdia de Deus estava Jonas que precisamente porque Deus é "gracioso e misericordioso", "lento para a ira e grande em benignidade" (Jonas 4:2) Jonas sabia que o Senhor se retrairia de trazer juízo contra Nínive.

Deus trata de maneira justa e misericordiosa todos os povos e nações.

A expressão hebraica traduzida como "lento para a ira" ou "longânime" poderia ser traduzida literalmente como "longo de nariz". Na expressão idiomática hebraica, a ira era metaforicamente associada ao nariz, e o comprimento do nariz metaforicamente indicava quanto tempo uma pessoa demorava para se irritar. Referências a Deus como "longo de nariz" transmitem que Deus é lento para a ira e longânime. Enquanto não demora muito para os seres humanos se irritarem, Deus é extremamente longânime e paciente, concedendo graça livremente e abundantemente, mas sem justificar o pecado ou fechar os olhos para a injustiça.

Em vez disso, Deus mesmo faz a expiação pelo pecado e pelo mal através da cruz, para que Ele possa ser tanto justo quanto o justificador daqueles que creem Nele (Romanos 3:25, 26).

Vacê já falhou em demonstrar misericórdia a alguém que o ofendeu? Como podemos nos lembrar do que Deus fez por nós para então estender graça aos outros? Como fazer isso sem justificar o pecado nem tolerar o abuso e a opressão?

Indignação justa

Embora existam muitas formas inadequadas de raiva, a Bíblia também ensina que há a "indignação justa".

Imagine uma mãe assistindo sua filha de três anos brincando no playground e, de repente, um homem ataca sua filha. Ela não deveria ficar com raiva? Claro que sim. A raiva é a resposta adequada do amor em tal circunstância. Esse exemplo nos ajuda a entender a "indignação justa" de Deus.

O que a reação de Jesus à forma como o templo estava sendo usado nos diz sobre a ira de Deus contra o mal? Mateus 21:12, 13; João 2:14, 15.

Nesses exemplos, Jesus demonstra o "zelo divino" da indignação justa contra aqueles que estavam tratando o templo de Deus como algo comum e o transformaram em um "covil de ladrões", a fim de explorar viúvas, órfãos e os pobres (Mateus 21:13; compare com João 2:16). O templo e os serviços, que deveriam simbolizar o perdão gracioso de Deus e Sua purificação dos pecadores, estavam sendo usados para enganar e oprimir alguns dos mais vulneráveis. Jesus não deveria ficar com raiva dessa abominação?

Marcos 10:13, 14 e Marcos 3:4, 5 oferecem mais exemplos de Sua indignação justa. Quando as pessoas trouxeram crianças pequenas para Jesus e "os discípulos repreenderam os que as trouxeram", Jesus "ficou profundamente desgostoso" literalmente "indignado". Ele lhes disse: "‘Deixem as crianças virem a Mim’" (Marcos 10:13, 14).

Em outro lugar, quando os fariseus aguardavam para acusar Jesus de violar o Sábado ao curar nesse dia, Jesus lhes perguntou: "‘É lícito no Sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar a vida ou matar?’" (Marcos 3:4). Ele "olhou ao redor, irado, entristecido pela dureza de seus corações" e então curou o homem (Marcos 3:5). A ira de Cristo é associada aqui à tristeza pela dureza deles; é a ira justa do amor, assim como a ira atribuída a Deus no Antigo Testamento é a ira justa do amor. Como o amor poderia não se irritar com o mal, especialmente quando o mal prejudica os objetos desse amor?

Como evitar a armadilha de justificar a ira egoísta como se fosse "justa indignação? Por que é comum cair nesse erro e como nos proteger dessa tendência sutil, mas real?

Deus não Se agrada em afligir

Ao longo da Bíblia, Deus demonstra repetidamente Sua paixão em favor dos oprimidos e dos aflitos e Sua indignação justa correspondente contra os agressores e opressores. Se não houvesse mal, Deus não estaria irado. Sua ira é apenas e sempre contra aquilo que prejudica Sua criação.

De acordo com Lamentações 3:32, 33, Deus não aflige voluntariamente (literalmente, Deus não aflige "de Seu coração"). Ele não quer trazer juízo contra os malfeitores, mas o amor finalmente exige justiça. Essa verdade é exemplificada em quanto tempo Deus continuou a perdoar Seu povo e a conceder-lhe oportunidades para se arrepender e ser reconciliado com Ele. Repetidamente, através dos profetas, Deus chamou Seu povo, mas eles se recusaram a ouvir (veja Jeremias 35:14-17, Salmos 81:11-14).

Por que Deus trouxe juízo a Jerusalém por meio dos babilônios? Por que Ele puniu os babilonios depois? Esdras 5:12; 2Crônicas 36:16; Jeremias 51:24, 25, 44

De acordo com Esdras 5, depois que o povo persistentemente e sem arrependimento provocou a ira de Deus, Ele eventualmente se retirou e "deu" o povo " ‘na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia’ " (Esdras 5:12). Mas Deus fez isso apenas depois que "não havia remédio" (2 Crônicas 36:16), e Deus mais tarde julgou a Babilônia pela devastação excessiva que ela causou a Judá (Jeremias 51:24, 25, 44; compare com Zacarias 1:15).

Muitos outros julgamentos descritos nas Escrituras como sendo causados por Deus são explicados como instâncias em que Deus "dá" o povo aos seus inimigos (Juízes 2:13, 14; Salmos 106:41, 42), de acordo com as decisões do povo de abandonar o Senhor e servir os "deuses" das nações (Juízes 10:6-16, Deuteronômio 29:24-26). A ira de Deus contra o mal, que finalmente culminará na erradicação de todo o mal de uma vez por todas, tem origem no Seu amor por todos e no Seu desejo pelo bem final do universo, que, por si só, está envolvido em toda a questão do pecado, da rebelião e do mal.

Deus não quer trazer juízo sobre ninguém. Isso influencia sua compreensão da ira divina? Se Deus é tardio em irar-Se, não deveríamos ser mais pacientes com os outras Como fazer isso e, ao mesmo tempo, proteger as vítimas de injustiças?

Demonstre compaixão

O Deus da Bíblia é compassivo e apaixonado, e essas emoções divinas são supremamente exemplificadas em Jesus Cristo. Deus é simpático (compare com Isaías 63:9, Hebreus 4:15), profundamente afetado pelas tristezas de Seu povo (Juízes 10:16, Lucas 19:41), e disposto a ouvir, responder e consolar (Isaías 49:10, 15; Mateus. 9:36; Mateus 14:14).

Alguns têm receio de que a ira divina seja interpretada erroneamente como justificativa para a vingança humana. Como a Bíblia alerta contra a vingança humana? Deuterônomio 32:35; Provérbios 20:22; 24:29; Romanos 12:17-21; Hebreus 10:30

De acordo com as Escrituras, Deus tem o direito de trazer juízo; e quando Ele o faz, Ele sempre o faz com perfeita justiça. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento explicitamente reservam a vingança para Deus. Como Paulo escreve em Romanos 12:19, "Nunca se vinguem, amados, mas deixem lugar para a ira de Deus, pois está escrito: ‘A vingança é minha; eu retribuirei’, diz o Senhor" (citando Deuteronômio 32:35).

Embora Deus eventualmente traga juízo contra a injustiça e o mal, Cristo fez um caminho para todos os que creem Nele. De fato, é "Jesus quem nos livra da ira que está por vir" (1 Tessalonicenses 1:10; compare com Romanos 5:8, 9). E isso está de acordo com o plano de Deus: "Pois Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:9). A ira divina não é anulada, mas aqueles que têm fé em Jesus serão livrados de tal ira por causa de Cristo.

Como a obra expiatória de Cristo preservou a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, nos libertou de Sua iro? Reconhecendo que o Senhor agiu em nosso favor, apesar de nossos pecados, quão compassivos devemos ser com os outros?

Estudo Adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], P. 266-279 ("O bezerro de ouro").

No contexto do pecado do bezerro de ouro, Ellen G. White escreveu:

“Os israelitas haviam cometido traição, e isso contra um Rei que os havia carregado de benefícios e cuja autoridade eles haviam voluntariamente se comprometido a obedecer. Para que o governo divino fosse mantido, a justiça deveria ser aplicada aos traidores. No entanto, mesmo aqui, a misericórdia de Deus foi demonstrada. Embora Ele tenha mantido Sua lei, Ele concedeu liberdade de escolha e oportunidade de arrependimento a todos. Somente aqueles que persistiram na rebelião foram cortados.

“Era necessário que esse pecado fosse punido, como um testemunho para as nações vizinhas da ira de Deus contra a idolatria. Ao executar justiça sobre os culpados, Moisés, como instrumento de Deus, deveria deixar registrado um protesto solene e público contra o crime deles. Assim, quando os israelitas condenassem a idolatria das tribos vizinhas, seus inimigos jogariam de volta sobre eles a acusação de que o povo que afirmava ter Jeová como seu Deus havia feito um bezerro e o adorado em Horebe. Então, embora compelidos a reconhecer a vergonhosa verdade, Israel poderia apontar para o terrível destino dos transgressores, como evidência de que o pecado deles não fora sancionado ou perdoado.

“O amor, não menos que a justiça, exigia que para esse pecado o juízo fosse aplicado... Foi a misericórdia de Deus que milhares sofressem, para evitar a necessidade de aplicar julgamentos sobre milhões. Para salvar os muitos, Ele deveria punir os poucos.” — Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 273, 274.

Questões para discussão:

 Por que tantas pessoas enfrentam dificuldades para compreender a ideia da ira divina? O que o ajudou pessoalmente a entender melhor esse conceito?

 Quais são os problemas da vingança humana, ao contrário da vingança de Deus?

 O juízo sobre Israel após a rebelião do bezerro de ouro foi um exemplo de Sua misericórdia? Que exemplos bíblicos mostram que o juízo divino é um ato de amor?

 Deus fica indignado com o mal e administra juízos com perfeita justiça. Isso nos dá o direito de condenar os outros? Reflita sobre essa questão à luz de 1 Coríntios 4:5.